Falaremos sobre a acne...

...Ou seja, a temida ''espinha''

Antes de citar os nomes que devemos procurar nos rótulos dorsais dos cosméticos, seja para previnir ou combater o estágio inicial dessa patologia, vou publicar um resumo elucidando a etiologia e o processo evolutivo da acne.

A acne é uma dermatose inflamatória crônica do folículo pilossebáceo que afeta cerca de 80% da população jovem (10 a 17 anos em mulheres; 14 a 19 anos em homens, onde surgem os quadros mais graves; ainda pode aparecer pela primeira vez aos 25 anos ou mais) e se localiza principalmente na face, ombro e porção superior do tórax.

Os fatores que desencadeiam esse processo são:

• Infecciosos (presença de bactérias como Propionibacterium acnes e Staphylococcus epidermis, bem como o fungo Pityrosporum ovale;parasitando o conteúdo pilossebáceo);
• Alérgicos, por ação da baixa imunidade provocando o processo inlamatório e infeccioso;
• Gastrointestinais, por problemas metabólicos estimulando a produção de sebo pela glândula sebácea, resultado da péssima alimentação, constipação e deficiência de absorção de nutrientes;
• Ocupacionais, pelo campo de atuação profissional, principalmente cozinheiros, frentistas e operadores em petroquímicas e oleofinas;
• Induzidas, pelo uso incorreto de cosméticos para seu biotipo cutâneo;
• Medicamentosos, principalmente pelo uso de imunossupressores, corticóides, anticonvulsionantes e superdoses de vitaminas do complexo B;
• Genéticos, envolvendo o biotipo cutâneo lipídico predominante durante os 30 anos de vida;
• Psicossomáticos, envolvendo situações de depressão, stress, “tiques” como atritar e espremer a pele;
• Hormonais, sinalizando produção excessiva de testosterona direta e indireta em mulheres a partir do estrogênio.

A progressão das lesões foliculares da acne se inicia em um quadro crônico do biótipo cutâneo lipídico (pele oleosa) apresentando evolução dos graus de seborreia – indo do Grau I (instalação da oleosidade na zona ‘’T’’ – testa, nariz e mento (queixo) ao Grau III (seborreia intensa, abrangendo toda a face, os braços, toda a parte anterior e posterior do tórax. Em certos casos podem-se observar gotículas de gordura pela extensão da pele).

No Grau I da seborreia pode-se observar a presença de microcomedões que com a instalação de um ácaro (Demodex foliculorum), estimula-se a produção acelerada de sebo, dilatando essa unidade pilossebácea, resultando em um comedão, comumente denominado de “cravo”. Esse é o quadro funcional da acne grau I

A presença do Demodex foliculorum pode provocar em seus portadores com problemas vasculares (circulação), o surgimento da acne rosácea. Esse caso, já é um tratamento médico e como o foco é cosmético, não me aprofundarei no tema.

Esses comedões podem ser abertos (reconhecidos como pontos pretos, ocorrido pela oxidação do sebo em contato com o ar) ou fechados (reconhecidos como pontos brancos, ocorrido pelo mecanismo de defesa da pele isolando o local com a produção maciça de queratina).

A lesão se torna inflamatória com a presença de microrganismos anaeróbios que se proliferam com facilidade em meio oleoso (triglicerídeos presentes no sebo) e produzem estearases, que hidrolisam e liberam ácidos graxos livres que irritam a parede folicular e induzem à queratinização. Nesse processo há a formação da pápula (inflamação intensa com presença de dor e rubor característico) e pústula (final do processo inflamatório, com a presença de “pus”).  Esse é o quadro funcional da acne grau II

Há casos, que pápulas podem evoluir para cistos, nódulos, abscessos e fístulas, agravando o quadro geral do portador dessa dermatose. Esse é o quadro funcional da acne grau III a V. Nesses casos, o acompanhamento por um dermatologista é primordial, pois o uso de medicamentos se torna obrigatório para involução à cura dessa dermatose.

Agora com esse resumo, eu posso publicar o próximo post, que versa sobre o tratamento cosmético e principalmente sobre os ativos presentes nos cosméticos para esse fim!